
Essa foto de Nova Zelândia é cortesia do TripAdvisor
Certa vez, um anjo vestiu-se de rei e resolveu visitar as pessoas na periferia da cidade. Num certo local da cidade, encontrou um mendigo que estava a andar com um prato de arroz na mão e, quando este parou ao seu lado, o rei disse:
- Dê-me um pouco do seu arroz. O mendigo, então, olhou para o rei e pensou:
- Ele pode ter tudo o quiser… – e foi bem mesquinho. Pegou num único grão de arroz e deu ao rei. O rei, então, fechou o grão dentro da mão do mendigo, tocou o seu cavalo e foi-se embora. Quando o mendigo abriu a mão, levou um susto. O grão de arroz tinha-se transformado numa pepita de ouro. Nesse momento, o mendigo olhou para o prato de arroz e saiu a correr atrás do rei, dizendo:
- Por favor, majestade, pare! Mudei de ideias, tome mais do meu arroz!!! Então, o rei disse:
- Não! Você já recebeu tudo aquilo que investiu na vida, de bom grado e de bom coração. O que se recebe da vida é aquilo que nela se investe primeiro, nem mais, nem menos. É a lei.
“O Homem só pode receber aquilo que ele próprio dá.” Bjf
Retirado do blog do Bp. Julio Freitas
A partir desta semana vamos falar sobre os apóstolos. Como eles eram, o que faziam, os testemunhos que davam e quais lições podemos aprender com a história de vida de cada um. Hoje, vamos falar sobre Estêvão, o apóstolo cheio do Espírito Santo que morreu apedrejado por defender a sua fé em Jesus.
Quem foi Estêvão?
Estêvão era um diácono da igreja e tinha a responsabilidade de distribuir os alimentos aos necessitados – no passado, quando um cristão perdia seus bens, posses e emprego porque se tornava um seguidor de Cristo, a Igreja Primitiva repartia entre os fiéis tudo o que precisavam para viver. Além disso, Estêvão foi um homem cheio do Espírito Santo; tanto, que era conhecido pela fé, sabedoria e por ser um líder e um orador digno de muito respeito.
Servo em qualquer situação
Aos olhos humanos, a tarefa de Estêvão de distribuir alimentos aos necessitados pode até ser considerada pequena e sem importância. Afinal, sempre que discursava, falava com bastante eloquência, e isso chamava a atenção das pessoas. Mas ele não se importava com sua função, e sim em fazer o melhor.
Como servo fiel a Deus, estava disposto a assumir qualquer função dentro do Reino. Além do mais, como poder adquirir uma responsabilidade grande sem antes passar pela pequena? Como se preparar para desafios maiores se fosse reprovado nos menores? Era por isso que Estêvão se dedicava tanto em seu serviço na Obra.
A humildade e sabedoria de Estêvão, além dos grandes sinais e prodígios que realizava entre o povo levaram alguns religiosos a questionar sobre a fé dele. Porém, não conseguiam resistir às suas palavras, tamanha era a sabedoria e intrepidez que ele demonstrava (leia Atos 6:10)
A morte por apedrejamento
O fato dos religiosos não conseguirem vencer Estêvão pela palavra, os forçou a inventar mentiras contra ele. E quanto mais era confrontado sobre sua fé em Jesus Cristo, mais respondia com calma e objetividade, aumentando sobremaneira a ira dos algozes.
Os religiosos, então, enfurecidos, decidiram calá-lo para sempre, apedrejando-o até a morte. “Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus. Eles, porém, clamando em alta voz, taparam os ouvidos e, unânimes, arremeteram contra ele. E, lançando-o fora da cidade, o apedrejaram. As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo.” (Atos 7:55-58)
Naquele momento, Paulo ainda se chamava Saulo, e era um dos perseguidores dos cristãos. Ele presenciou a morte trágica de Estêvão, e consentiu na morte dele. Apesar disso, a condenação de Estêvão teve um efeito positivo na vida de Paulo, que, mais tarde, passaria a ser um defensor radical da fé em Cristo Jesus.
O perdão
Apesar da terrível morte, Estêvão provou que era cheio do Espírito Santo justamente no momento crucial da vida dele. Enquanto lançavam pedras de ódio, ele invocava ao Senhor Jesus para receber o seu espírito e clamava para que os assassinos fossem perdoados (leia Atos 7:54-60)
Este ato de Estêvão nos leva a pensar em como é importante perdoar os nossos agressores. Às vezes, uma simples distração de alguém pode ser considerada como ofensa. Ou uma palavra mal interpretada pode se transformar em mágoa e ser o fim de grandes amizades.
Mas Estêvão não perdoou alguém que lhe olhou de cara feia ou que disse algo que o desagradou. Ele perdoou e clamou para que Deus perdoasse os homens que sentiam ódio dele e estavam lhe matando.
Quantos de nós estamos dispostos a perdoar? Estêvão morreu limpo de rancores; no entanto, quantos não são os que estão vivos e cheios de amarguras?
A história de Estêvão ensina que:
- Quando Deus nos chama para um trabalho aparentemente sem importância, está apenas nos treinando e preparando para assumirmos responsabilidades maiores;
- Não podemos esperar que as pessoas nos amem por sermos cristãos. Haverá sempre alguém, seja em casa, na família, no trabalho, escola, faculdade ou vizinhança, que declarará “morte” à nossa fé. Essas pessoas podem até não demonstrar o desafeto publicamente, mas, no íntimo, estarão indignadas por causa da nossa fé;
- Nunca devemos desistir da nossa fé. Se há pessoas que nos odeiam porque temos fé em Cristo, significa dizer que odeiam a Ele também (leia 2 Timóteo 3:12-14)
- Quando nos lançam pedras enrijecidas pelo ódio, o nosso perdão faz delas bolinhas de algodão, que, ao invés de nos ferir, nos faz ver os céus abertos e toda a sua glória.
Para refletir
Quando passarmos por situações em que a nossa fé esteja sendo colocada à prova e os problemas nos massacrando, devemos olhar para o céu, porque de lá virá o nosso socorro e salvação.
Li e falou muito comigo. Tenho muito o que mudar.
Muitas vezes olhamos para Cristo só como alguém que deu a vida por nós. Mas não foi só a salvação que Ele nos concedeu morrendo na cruz. Ele nos mostra vários exemplos a serem seguidos. Por isso, analisaremos algumas facetas de Jesus, não do ponto de vista divino, mas como ser humano, e como Ele lidou com situações que nós vivenciamos no dia a dia.
Em tão pouco tempo na Terra, o personagem mais importante de nossa história soube, como ninguém, agir com humildade, serenidade, amor, perdão, benevolência e calma.
Para entender um pouco mais de Jesus é preciso, além de ler os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, refletir também sobre as atitudes Dele. E podemos aprender com Ele a respeitar, compreender, ter misericórdia e, principalmente, liderar as nossas emoções e não sermos influenciados por elas.
Surpreendente
Jesus surpreendia as pessoas. Ele olhava para o que elas tinham de bom. Ele perscrutava a alma humana e via sob uma ótica que só é possível a quem enxerga com olhar de amor. Seus discípulos são os maiores exemplos disso. Ele escolheu pessoas ignorantes, problemáticas, impulsivas e as transformou em modelos a serem seguidos. Importante lembrar que João, um dos seus discípulos, conhecido pelo amor e benevolência, foi um dos que, em um momento perguntou a Cristo: “... Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?” (Lucas 9:54)
Se João teve atitudes assim, o que esperar de outros homens que o seguiam. Mas Cristo os transformou.
Portanto, Jesus não está procurando super-homens, nem super-mulheres. Ele está procurando pessoas com defeitos, incoerências, pecados, e as convida a segui-Lo. E só seguindo o Mestre é que podemos de modelos imperfeitos nos tornar em referências a serem seguidas.
Imagem
Jesus dava atenção a todos que o procuravam. Não deixava ninguém sair de sua presença sem levar a cura, tampouco uma boa imagem a seu respeito. “À tarde, ao cair do sol, trouxeram a Jesus todos os enfermos e endemoninhados. Toda a cidade estava reunida à porta. E Ele curou muitos doentes de toda sorte de enfermidades; também expeliu muitos demônios, não lhes permitindo que falassem, porque sabiam quem ele era.” (Marcos 1:32-34)
Como temos agido em relação ao nosso semelhante? Quais exemplos temos dado na família, trabalho, igreja, com amigos? Jesus mudava a vida das pessoas para melhor. Ele curava, libertava, exalava amor, serenidade. E nós? Nossa presença e atitudes têm surtido efeitos benéficos na vida das pessoas?
Humildade
Num gesto de humildade, Jesus lavou os pés dos seus discípulos. Em João 13:15, Ele se refere a isso.“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.”
Temos sido humildes em nossas ações? Temos fé e discernimento suficiente para saber que se porventura sairmos de nossa posição para efetuar um ato de compaixão, amor, estaremos ensinando outros a agir assim como Cristo?
Serenidade
Jesus sabia qual o propósito de ter vindo à Terra. Sabia que um dia morreria crucificado. Interessante que Ele era um carpinteiro e sabia o quanto um prego poderia ferir, quanto o madeiro é pesado e que o som das marteladas podem ecoar por um bom tempo ou até para sempre em nossas mentes. Mesmo sabendo que passaria pela dor da morte, Ele preferiu focar seus pensamentos no que viria depois e jamais se deixou ser dominado pela ansiedade das dores futuras. Em nenhum momento foi ríspido com quem o procurava, ao contrário, trocou os pensamentos de dor por palavras de amor.
Você é capaz de manter a serenidade mesmo quando é assolado por avalanches de problemas? Tem esperado nas promessas ou se angustiado com as provações?
Incentivador
A competição que tem acontecido em todas as esferas da vida faz muitos de nós ficar desconfiados em relação aos outros. Mas Jesus fazia questão de incentivar a quem o seguia a ser melhor, a refletir. E instigou os seus discípulos a fazer obras maiores que as Dele. Temos incentivado as pessoas ao nosso redor a crescer, evoluir, a tentar chegar num patamar melhor que o nosso?
Perdão
Perdão e amor andam juntos. E o Mestre do amor, também é o Mestre do perdão. Ele nos ensinou a perdoar quantas vezes for preciso, e mesmo na cruz do calvário, onde humanamente falando só havia espaço para revolta e indignação, Jesus ainda clamou ao Pai que perdoasse os seus malfeitores.
Se Jesus foi capaz de perdoar esses homens, que motivos temos nós para não perdoar uma mágoa, ou alguém quem nos feriu de alguma forma?
Linha direta com os céus
Mesmo pregando, curando, libertando, cumprindo a sua missão na Terra, Jesus precisava de um momento a sós com Deus. E não deixou de chorar, de clamar, de expor o que sentia.
Há momentos em nossas vidas em que temos que ir para um lugar tranquilo e buscar Nele forças para seguir adiante, para atravessar desertos.
Ele não desistiu
Jesus tinha todos os motivos para desistir, mas preferiu seguir em frente. Ele teve medo de enfrentar a morte, se sentiu só e questionou o Pai por que o havia desamparado. Chorou com a morte de seu amigo Lázaro. Foi tentado por Satanás enquanto estava com fome. Foi incompreendido por muitos, odiado por outros e ignorado até hoje por aqueles que não o aceitam como filho de Deus.
Exemplo
Que miremos no seu exemplo de olhar para o próximo como filho de Deus. De olhar para o deserto e enxergar lírios onde só existe aridez. De plantar sementes que possam dar bons frutos. De agir com amor e mansidão e não deixar que as situações externas abalem o nosso lado emocional.
Esse Jesus de quem falamos é o mesmo Jesus da Bíblia, o filho de Deus. O mesmo que ao nos ver andando pelo deserto da vida, esgotados e sem perspectivas, nos convida a beber das águas inesgotáveis de suas fontes, a descansar em seu colo e encontrar compreensão e sabedoria em suas palavras.