São duas e meia da tarde e somente agora consegui dar uma paradinha para almoçar. Estou extremamente cansada, vou ficar aqui ate amanhã. Descansar essa noite senão não conseguirei dirigir de volta pra cidade. Ontem trabalhei o dia inteiro sozinha com os meus dois funcionários. O Paulo e a Melissa. Incrivelmente o dona da fábrica de sorvetes qual tornou-se meu fornecedor soube do acontecido e ligou para mim as seis da manhã de ontem, quando estava de saida pra Igreja daqui, e disse que ia repor todo o meu estoque e quando eu me restabelecesse eu pagaria. Disse que já tinha passado por isso quando abriu a primeira sorveteria dele há trinta anos e não desejava que o sonho de ninguém fosse frustrado por um mal caráter. Na noite deixamos tudo pronto e abrimos ate umas dez da noite e da hora em que abrimos ate a hora em que fechamos, esgotamos nosso estoque de sorvetes. Parecia que em todo o litoral só existia nossa sorveteria. Tudo isso ontem; hoje, após o almoço vieram trazer de urgência mais mercadoria para trabalharmos e desde que abrimos paramos agora. Fui buscar num restaurante aqui comida de verdade pra gente. Deixei eles comerem primeiro e agora sou eu. Recebi uma ligação de Ursula. Ela disse que está tudo bem, mas que nossa vózinha parece estar um pouco triste, decepcionada. Disse que está assim desde a semana em que "o meu colega de faculdade" apareceu por la e minha vó o expulsou da loja. Desde esse dia ela estava assim comigo? Retruquei dizendo que ele se quer tinha entrado na loja, mas ela disse que tinha sido mais pela manhã. Quando eu voltar verei isso direito.
24/03/2006-Pag.150
Paguei o que estava em aberto com o nosso fornecedor de sorvetes e contratei uma empresa de segurança para prestar serviços a sorveteria. Dois segurança na verdade, da hora em que abre ate a hora que fecha. Valor se tornou pequeno perto da segurança dos meus funcionários. Percebi que ficaram mais tranqüilos quando os comuniquei dessa decisão. Agradeceram.
Voltei dia 22 pela manhã e já fui direto para casa. Liguei na loja para saber se ela estava lá, minha vo, e soube que ela ainda não tinha chegado ainda, ai sim fui para casa. Ursula me recebeu com delicioso abraço e minha vo com um "oi". Então sem perder tempo eu perguntei a ela por que tratava daquele jeito. Coisa que já havia feito muitas vezes, mas dessa vez tive resposta. Não por ela, mas por Ursula que estava no outro cômodo e respondeu por ela. Eu fiquei com muita vergonha do que eu ouvia. Me deu náuseas!
Pela manhã daquele dia que fui abordada por Maciel, ele já havia ido lá e dito que eu tinha passado a noite com ele e dito com a mais pura convicção que eu não tinha mudado. que eu era tão como antes. estava disfarçado de bolo em pele de cordeiro. O que surpreendeu foi que ele disse aquelas coisas que batia com os horários que eu estava na Sede e cheguei tarde em casa. Ele falou tudo na frente de minha irmã todas as coisas quais agora tenho nojo. Falou das drogas, das vezes que estive com ele,... Ele falou ate o que ela não sabia. Naquele dia em que ele entrou na loja, Ursula descobriu por que minha vo me odiava antes. Fiquei sem reação. A unica coisa que eu disse foi: eu não sou mais assim, vo. E outra frase que eu repetia em pensamento era: Deus guarda meu coração. Guarda meu coração. Guarda meu coração...
Fui para meu quarta quando minha vo nada disse. Ursula foi atrás de mim e disse que acreditava em mim. E que apesar de ter ficado assustada com as coisas que ele disse, que amava a irmã que tinha conhecido em Jesus.
Depois disso ela ainda ficou me esperando ate eu chegar e fazer aquele alarde todo. Agora eu entendia. Fiquei calada e pensativa. Estava cansada e acabei dormindo com a mesma roupa que cheguei. Ontem depois da reunião da familia que ela me chamou pra leva-la ao mercado, ela falou pouco, mas foi mais branda. Depois pediu para eu parar o carro e começou a chorar. Me pedia perdão por ter me desprezado. Disse que tinha que ter confiado em mim, mas que em vez disso duvidou. E sem que perguntasse nada, encontrou jovens da Sede que e elas mandaram agradecer por eu tê-las levado em casa exatamente no dia em que Maciel disse que eu tinha estado com ele. Então lembrei da minha oração no altar no litoral e chorei pedindo perdão a minha vó e agradecendo a Deus pela resposta.
21/04/2006-151
Que correria! Aproveitei esse feriado para nos mudarmos. Ursula ficou encantada com a casa depois de reformada. Quis ficar com o quarto maior, mas deixei ele para nossa avózinha. Ela merece! Agora o carro condiz com a casa e Deus honrou quando eu disse que não aceitava uma casa inferior a que eu tinha quando era mundana.
A lanchonete estão crescendo em clientela, aluguei o salão ao lado deste galpão e vou fazer dali um First My Life Restaurante! As pessoas estão perguntando quando iremos inaugurar e querem ja deixar reservado lugares para o dia que eu nem sei ainda quando será...rsss... Esplêndido! Fim de semana que passou abrimos outra sorveteria no litoral, mas ao norte e com algumas novidades. Deus estão me surpreendendo. Disse pra Deus que se Ele me capacitar pra eu ter o melhor, o aluguel da Igreja eu pago sozinha e pus isso no coração. Pelo que vejo, o mes que vêm ja tomo posse dessa benção. Pos para mim é uma benção. Minha vo pediu para eu deixar os jornais por conta dela. Deixei! Mas no fundinho do coração eu não querida ceder não, viu?
08/05/2006-152
Hoje durante a reunião das primícias, quando fomos entregar os ramos de trigo para as pessoas. Graças a Deus nosso povo está crescendo e sendo abençoado, entreguei um trigo para quem? Maciel. Ele estava com os olhos vermelhos de chorar e abaixou a cabeça quando me reconheceu. Sorri amigavelmente e isso parece que tirou um peso dele. O banco ao lado dele estava vazio e assim que terminou a reunião pedi para o pastor Saulo ir falar com ele. Fui embora e Maciel ficou para a próxima reunião para terminar de falar com o pastor. E voltando para casa a noite, pois fui atender um chamado na Sede, encontrei na cantina o Pedro. Tinha ido me procurar. Tinham dito (Ursula) que eu estaria la... Agradeci por aquela ligação que evitou que eu desmoronasse e ficamos ali conversando por horas. Umas nove e meia fui embora. Ele ficaria mais um pouco, pelo que disse.
A filhinha dele morreu... Ele disse que faz uns sete meses. Depois disso ele mantém um contato esporádico com a mae da criança. Sempre liga para saber como ela está, mas segue ela seguiu adiante e ele também. Ele disse que superou a perda por causa do Senhor Jesus, pois ela parecia simplesmente dormir. Tinha no rostinho um semblante de quem sonhava. Disse que está morando aqui na região e que voltou para se casar com a mulher que ele ama. Disse que vai parar de ser orgulhoso e abraçar a felicidade. Não perguntei mais nada. Ainda estou impactada com a noticia da menininha. So espero que a mulher que ele ama cuide bem dele. Ele merece.
Nem vai acreditar... Antonio mandou um e-mail. Vou ver o que ele quer agora...
Continua...
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